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Aqueles bolsos de antes não cabiam mais aqui, sinto que de certa forma enfiei sacos vários de todos os tamanhos num buraco menor que uma cárie de dente. Olho as pessoas ao redor e simpatizo-me por suas histórias – por mais obscuras e irreais que possam ser para mim. O açougueiro, outro dia, olhou com os olhos graves para mim, e foi desfiando a carne devagar. É pulsão de morte isso de ficar dias e anos desfiando carnes, pesando-as, preparando-as para banquetes diários? O açougueiro seria assassino se a sua lâmina não cortasse as carnes dos animais? Às vezes imagino-me como uma grande vaca a ser demarcada e cortada. Esse dia quase pedi para que ele, cuidadosamente, usasse de sua faca para me fazer alimento. Farta estou dessas insanidades do pensamento, isso de me pensar fragmentos, áreas, limitações – isso de querer ser menor, uma agulhinha talvez, pontiaguda, a traçar as áreas menores desses sem-nome, dessas frações, frações e segundos frações e misérias. Deu me perceber bem menor que a bunda de um camelo pelo deserto, de habitar seu cu. Isso de construção a partir do engodo, a partir dessas minhas lascas marcadas a formão pelos meus dedos. Preciso contar ao mundo que existo, que posso riscar também, apesar de não estar afiada. Necessito do corte preciso de alguém por essas bandas, me chacoalhando, dando um tapa bem forte na minha cara.
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como vc é viceral!
AntwortenLöschenVc faz do sangue, das tripas e fezes poesia. Não sei se você pensa que isso é obra sua, ou se a poesia é inerente a isso. Enfim... QUe seja o que for, prefiro ver você e sua mão esculpindo o escatológico do que legar a grandesa a qualquer outra coisa.
Vc é foda