Dienstag, August 31

Talvez naquela hora derradeira eu finalmente acreditei que os pressentimentos pré-morte vinham numa alada sensação corpórea, tato, cheiro, do daquela presença a circundar a sala vazia ao lado e logo após tal qual fumaça embriagar os ambientes todos. Sim, porque outro dia fui visitada - e nem me lembro antecedentes - por aquela dos nossos receios desconhecidos, e senti a presença na superfície, o seu toque acordando minhas células, exigindo instintos de sobrevivência, ser arisco, ser lugar-nenhum. Deu-se assim o estopim: deitada estava, pensamentos longe, descomprometidos e num momento abrupto sinto um toque no meu rosto, carícia de quem admira - na hora entendi que tratava-se da morte, não de foice, enegrecida, mas apenas uma passante-visitante. Fiquei quieta, esperando o que talvez tivesse a dizer. Porém, da mesma maneira que veio, foi-se. Acariciou-me inteira, toque aveludado, quente. Senti vontade de entregar-me àquilo, de ser levada à sua revelia, rodopiando aquela nova maneira de ver outros lados, outros olhares do mesmo. Viver madura, viver o tempo, vinculos desfeitos, andar pés no barro do divino.

Dienstag, August 17

O cheiro daquela terra flutuante persistia por adentrar poros. Eu somente queria adensar-me em mim e ficar restos de dias instalada nos naqueles nichos de madeira podre, barrancos, vermelhidões. Sentia cada passo como queda marcada, como pé latejante desejoso percorrer encontrar sentidos. Estar à beira de corpo também exigia sacrifícios tolos e muitas apegações. Então vi-me não mais circular habitando-me centro mas sim pequenina borda irregular e varões folhas o pensar escasso - o ritmo compassado de decisão assim, de pressa, de quem não mais pertence àquela vida, a essa vida de agora, comprimida, necessitada de tantos outros aléns, tantas carências por desvenciliar, tantos erros por reparar sem lamúrias ou reclamações - apenas sei-me menos por cada calcanhar tocado a terra, cada sopro dado à tempestade, cada engasgo do meu falso, do meu fio de navalha a sustentar existência chula, indiferente. De querer ventar-me e ser barroca nos pontos de encontros, sinuosidades, dobras,

Dienstag, August 3

E dos dedos fracos quase nada pressão no papel na tela teclado que se faz pesado e é preciso concentração vontade e engolir o choro compulsivo para parcas palavras grudadas. E se a discussão se faz sempre essa e não me faço mais e circulo incessantemente até ao desgaste aos dedos ralados no asfalto é porque burra me faço