Samstag, August 1

As minhas origens, o meu Pai.

Lembro do meu pai caminhando por entre a terra no sítio.
Do meu avô com o chapéu indo colher verduras na horta para o almoço.
A delicadeza ao pegar as folhas, preparar, cozinhar, arrumar, sentar, comer.
Um ritual.
O vinho caseiro da adega no porão. As pipas imensas cheias de vinho e pinga.
O amor, a dedicação contida naquilo tudo.
O macarrão feito na hora.
O jeito duro e ao mesmo tempo amável de ensinar. A gente fica nuns lances de achar que o outro reprime mas no fundo é só brilho nos olhos e um imenso carinho.
Depois de conhecer meu avô passei a amar meu pai e admirar a maneira lenta e digna de tratar a comida, os objetos ao redor. A vocação para monge. Meditar.
Dei mais valor à raridade que tenho em casa. A minha origem rara.
Vontade de abraçá-lo e apertar seu nariz (ouvindo ele reclamar que odeia que apertem o seu nariz).

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