Porque não me era sentido o odor de seu suor nem dois tempos atrás e agora faz-me perpetuar sombras perpétuas indignas de ti. Porque de teu calor e presença sempre distantes olhar vidrado no horizonte sinto falta vontade de quebrar os vidros que se põem entre você e o mundo do de fora e fazer-te esquecer um pouco de derrelições e loucuras - tragar-te do poço que lhe possui. Caminhadas leves e de compromissos às favas, vamos mesmo é sentir o ar circundante em nossas veias e vincos. Leria uns trechos de um livro num banco de praça e faria você rir das minhas entonações esdrúxulas a cada pausa de palavra no canto do papel. Riscaria as consoantes bobas, tipo o 'n', e ficarias puto. As letras merecem estar agarradas no papel, sem distinções. Discutiríamos filosofias vãs e então recostaríamos no silêncio, procurando palavras mas sem falar a boca nem abriria, engasgaríamos numa quebra que necessitaria de coragem para ser feita.
Na minha memória são dois num só
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Olá, Camila.
AntwortenLöschenBelo texto, belo blog.
Os verbos marcam uma ausência, um quebra de algo que não foi feito: leria, riscaria, discutiríamos... enfim, a sensação de desconforto se instalou em mim ao ler. Gostei.
Um abraço!
Eba!
AntwortenLöschenObrigada Bruna,
desalojamentos são sempre bemvindos!
Abraços!
nossa, camila, o texto tá muito bem escrito! dá uma sensação de nostalgia gostosa lendo...
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