Mittwoch, Februar 17

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estava como num fim num grito engasgado embasbacado preso à garganta. Sentiu-se meio de final um pouco suja um pouco perplexa com tamanhas mentiras sustentadas e as carências e as fáceis trocas que fazias pelo farelo de pão. Era gente baixa gente mesquinha aquela e ela bem sabia que os acúmulos e imperfeições e o transbordar sair de sua fôrma eram frutos de maldito ventre malditos vincos onde sujeiras e inconsciências recostavam. Já estava de pé ali no canto criando fungos e raízes podres criando sonhos vazios mentiras gostava de fingir estar inteira interessada nas conversas dos transeuntes dos passantes dos parentes dos amigos e tarefa difícil essa eu sei bem fincar chão fincar os nossos aparelhos e implorar por vida. Os joelhos gastos tantas quedas tantos desprazeres tantas armadilhas caídas e as mãos sujas enlamaçadas de tentar reerguer sem apoios ao redor sem um gancho uma mão nada vazio e a sensação de fracasso tristeza arrependimento de vida toda vez que revisitava o chão os lábios o tocavam solenes os olhos fechados aguados vencidos assolados daquelas realidades. Respirou um pouco, lembrou-se ensinamentos espiritualidades visões aversões os cus do mundo revisitados revistos a cada vez que habitava novamente o chiqueiro a bosta a cançãozinha de merda vinda daquela boca maldita gozo sêmen morte.
Por qual necessidade por um deus insolene ausente porque continuaria rastejando marcando rastros olhando por entre as janelas aflita pelo rosto do seu segredo da sua presença antes ignorada agora necessária agora entre os vivos entre os que legitimam a sua existência no mundo. Sentia os poros os olhos o corpo todo atento aberto ao seu toque sentia as atrações d'alma e seria capaz de revisitar o inferno se preciso fosse. Gostava de sentir-se assim, apesar da dor da inconsciência do monólogo da solidão daqueles sonhos não tocados no chão desenraizados clamando água terra barro fecundidade. Fez-se silêncio aquela tarde e o romper de uma longa noite de esperas frustrações invejas baixezas medo pavor o soco morto na cabeça o coração doído encolhido as murchas flores antes rosas agora de sangue cobertas aproximava-se.

4 Kommentare:

  1. moda verão 2010: blogs.por quê?

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  2. seus textos são transtornantes, me identifiquei com eles
    parabéns!

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  3. laura laura,

    os blogs sempre foram moda, desde o filme de blogs, ou antes disso.

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  4. prefiro que nao saibam mais, tudo.

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