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Comprar flores tais quais túmulos floridos nascenças bem aventuranças, um quê daquela vizinha Virgínia que sempre ia aos bosques e povoava-se inteira silvestres, pequeninas. Raquel bem sabia dessas marcas minúsculas, um adendo no corpo da outra. Também sabia que nada de pequeno a fazia, comprou então copos, o leite derramado, girassóis e toda sorte de diâmetros extravagantes, encheu-se o tamanho do vazio de dentro, colorido. Iluminou uma vela, queimando-a inteira orações. O caminho da floricultura indas e vindas diárias das gentes, habitantes de um mundo alheio ao dela. Os olhos distantes, 'transeuntes porém...' pensava. Via-os passar, flores miúdas, e uma vontade enorme de pescá-los, experimentar uma pétala de cada ser. Sabia-os merecedores de toque carne e sexo. Pedintes, crianças, criminosos, velhos babões, putas velhas, o carcomido dos corpos, as ratazanas a passear, as bundas gordas, caídas ou faltantes pelancas, urubus, asas, rabos, insetos, falta de nojo. Queria dedicar-lhes toques e mais toques, habitá-los de desejo. Lia esses rostos e dava-lhes amor tímido, de longe.
Num segundo paralisada por essas enxurradas fluxos de consciência e agora agente de seus próprios pés, caminhantes também, errantes também.
Continuou a caminhada.
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Gosto dos teus textos.
AntwortenLöschenÉ uma forma de manter uma conexão indireta, mas bastante válida. Leio-os e penso em ti.
Obrigada Ilma!
AntwortenLöschenSaudades de voce, de verdade!
Um beijo!