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Descamando as cascas, sobreviveu ao inferno até agora, porque não um pouco mais? Enlaçou-se devagar recuperou um pouco das plantações largadas caçou o infinito de si sabia tarefa árdua havia muitas acumuladas muitas penas muitos nós muitas serragens espalhadas muitas a por fazer. Danos amontoados o grosso da superfície descascando o pior o pior sujo o pior agarrado o pior tantas vertigens tantos suicídios por vir tantos erros danações humilhações cuspes na cara pisaste o chão embolorado das memórias que não quiseste tocar pisaste o úmido do olho fétido esquecido pisaste areia movediça foste engolida por velhas por escárnios mal-dizeres borrarias deixaste-a ir porque não quis perpetuar a espécie? Não vale a pena não é mesmo? Então me diga porque as lágrimas acumuladas peito sombra crianças infernais correndo praça acima praça abaixo nenhum pouco conscientes do peso que as leva porque probo de enlaço e tempo seus? Pensa-se reto estonteante – hoje despistes o teu vestido mais bonito, aquele cetim-rubro laços discretos nas pontas. Esfregou bem o de dentro, viu-se nua, foi ter com o espelho e tocou faces brancas dentes amarelos sexo rosa-morto. O chão era turquesa e caía bem com dias como esses. Forrou a porta, janela e resolveu tirar tudo de si – mentiras, tudo mentiras. Aquilo saiu e se retorno sempre ao ponto é porque doloroso era tocar nesses assuntos pegar encarar de frente materializar admitir existência dos desgostos – padeceu ela agora sob pôncio Pilatos, sepultada e agora ressuscitando os antigos mortos.
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