Os sacos de pão na cabeça inspiram-me agora algumas poucas fracas palavras talvez elas grudem um pouco sejam difíceis de limpar, está bem, lhes darei fôlego.
Justifiquei meu mal para um assassino - devolveu-me as pedras, ensinou-me a fingir um pouco, há, gargalhei e saí correndo. Cansada fiquei e recostei numa pedra cinza-chumbo fodida de linda fechei os olhos um pouco irritada estava queria moer as goelas daquelas tagarelas voz de sabão escorregadio e chato. Alguma coisa mudou - constatei. Queria ir pra casa, compreendi o que mamãe sempre me falou: fica quieta no canto pra não ter de engolir desaforo. Não tenho medo de desaforos mas é o cansaço mesmo, sabe? E a vontade imensa de escrever e embalar-te nos seios coragem para muitas outras coisas é preciso, coragem em relação ao outro. Agora escuto e uma ponta de inveja, desço e deito mais o corpo na pedra, cabeça nas nuvens, talvez num parto eu esteja mais presente, agora eu gesto mesmo uma outra de mim um pouco mais ausente mais sóbria mais silenciosa mais solidão menos necessidade dos outros. Necessidade do outro mesmo. E medo. Medo de me machucar. Mas porque não machucar-me inteira, descer barrancos, negar-te o nada habitar a frustração? Não preciso saco de pão na cabeça, agora posso gritar com você de rosto limpo, quero bater cuspir demorei tanto para isso tantas besteiras por deus...
Ei, você, inserido em mim um tanto para doer, quer?
doa-se também.
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que bom te ver escrevendo de novo!
AntwortenLöschenrespiro melhor, vejo melhor. espero que vc tb.
eu também respiro melhor.
AntwortenLöschenEsse texto mora entre minha barriga e minhas costas, espalhado como água fresca parada no tempo. É verdade, existem coisas que você escreve que moram em mim.
AntwortenLöschenQue bom que vou pra sua casa amanhã. Quero ter aquelas conversas.
Beijos flor escura...
flor branca.
Mirna