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Eu queria roubá-las de alguma forma daquele rosto desfigurado. Eles não permitiram 'não é isso' bradavam. Medo de abandonar a 'vida'. Falei: 'como é que posso continuar com esses colares se nem aquelas marcas podem fincar em mim?' A outra, que estava ao meu lado, balbuciou 'pegue devagar, aos poucos, eles nem irão notar'.
Fui eu, pés flutuantes, e tentei roubar pouco a pouco o que era dele - por direito.
'Faz tempo,' falou 'que sinto esses teus preparativos. Espera, garotinha ansiosa, isso aqui comigo também é seu por direito'.
Espero na beira daquele morro cinza até minhas pernas criarem fungos.
Hoje ele tenta colocar-me no sol.
'A beleza tem seu tempo, querida'.
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UOL, Entrevista Roberto Romano
vor 8 Jahren
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