Havia mel escorrendo da sua boca quando quis gritar. Pensou nas suas imagens e numa maneira de dissolver as suas águas. O que acontecia, essa estranha tristeza que sentia, a prendia num uniforme listrado cinza/chumbo. Ela quis fazer firula, chamar a atenção dos transeuntes, mesmo sabendo o rosto que lhe importava. Acendeu o cigarro e cantou devagar suas alegrias baixinhas, picadinhas de mosquitinhos no verão.
Já haviam se passado três horas de sua partida. Ela não entendia como conseguir viver naquilo 'inhos', pequeninas sensações estrondosas por dentro o peito, caixa que batia descompassada. Um coisa estranha aconteceu naqueles dias, e depois da despedida tudo ressoava, céu vento rosa-preto vibração no corpo e uma imensa vontade de pôr aquelas águas presas para fora. Não sabia de fato o que era isso de ser peixe nuvem algodão , fogo brasa mar coisas opostas dentro de um mesmo ser. Descobriu dar as mãos num segundo e sentir-se envolvida, milésimos depois ser arrastada para o árido que habitava grandes tempos.
Pegou delicadamente a dançarina e preencheu seus vazios valsando seus imaginários, templos instáveis de dor e prazer etéreo. Não conhecia seus rostos, guiava desconhecidos para dentro de si, estabelecia relações logo desatava os nós frouxos que os envolviam e caminhava a outros, passo vacilante e intoxicava um pouco o ambiente com risadas e brincadeiras. O passo rápido, fugindo de um algo que lhe tirava a dor dos calos dos pés.
Descobriu um nele que lhe jogou em desaforos e sinceridades. Ela aprendeu muito bem a lidar com esse de noites afio sem aquelas vozes.
E continuou sua valsa rumo a um lugar, uma terra do sem-nome, bem perto de seus calcanhares.
Nossa. Quase doeu. Estou indo.
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